quinta-feira, 1 de julho de 2010

A mudança do IVA

Não imagino quanto custa a uma economia a mudança da taxa de IVA, seja para cima, seja para baixo. De um dia para o outro, tem que se actualizar o sistema de facturação (correu menos mal, apesar de um pequeno soluço e de ter obrigado a grande ginástica para a impressão de documentos de venda - a resolver) e mudar todos os preços (ui, ui), a não ser que se queira suportar o custo do IVA. Pode parecer mesquinhice um negócio querer mudar os preços, afinal 1% no aumento do IVA de taxa reduzida e de taxa normal, de 5 para 6% e de 20 para 21%, não é nada, ou é?

Depende do negócio. Mas quando a margem de lucro  anda, nas melhores das hipóteses, pelos 2 a 3%, como é o caso de muitas livrarias (quando excluímos todas aquelas que dão prejuízo), e é provavelmente inferior, podemos perceber que assumir mais 1% de despesa faz diferença. A solução é mesmo passar para o consumidor o custo total de um imposto que se destina a taxar o consumidor mas que os governantes têm esperança sejam atenuados pelos comerciantes.

E não só os governantes. Muitos distribuidores têm a lata  de informar os retalhistas que manterão o preço de venda ao público inalterado, mas que não baixam o preço de revenda. Ou seja, fazem-se de magnânimos mas passam os custos da sua generosidade para terceiros. Há malta com lata. Claro que os retalhistas nada mais podem fazer do que informar os distribuidores que irão passar esse custos para eles. E os distribuidores logo, logo, voltam com a decisão atrás e informam os retalhistas que afinal o preço de venda ao público sempre aumenta. Ás vezes pergunto-me se estou na creche... Parece que decidir com o dinheiro dos outros é muito fácil, com o próprio já nem por isso.

E é assim. Aqui estou, a marcar tudo. Mantive os preços em algumas coisas, mudei na maior parte. Mas, repito, pergunto-me se o Estado compreende os custos que está a impor à economia com as mudanças de sistemas de facturação, as remarcações de preços, as alterações aos livros de recibos, a formulários, e de fazê-lo a meio do ano. Seria interessante ver um cálculo de quanto custa. Enfim (ou sem fim). Vamos a isto, etiquetas para que vos quero...

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