Apesar de termos quase 85% da população portuguesa com vacinação completa - excelentes notícias, os portugueses estão de parabéns - nas últimas semanas continuámos a ter mais pessoas a morrer com COVID19 do que no mesmo período há um ano (ver gráfico abaixo).
Em Portugal, em Agosto de 2020 morreram 87 pessoas com COVID19 mas em Agosto de 2021
morreram 388 pessoas com COVID19, mais de 4 vezes mais. Nos primeiros 19
dias de Setembro de 2020 morreram 88 pessoas mas nos primeiros 19 dias
de Setembro de 2021 morreram 157 pessoas com COVID 19. O mesmo aconteceu com os internamentos, com muito mais pessoas internadas nestes períodos em 2021 do que em 2020.
Sem estes níveis excelentes de vacinação, o número de mortos e
internados este ano seria ainda maior do que no mesmo período do ano
passado. As vacinas fazem muita diferença. Mas, sozinhas, não fazem toda
a diferença.
É verdade que neste momentos os números estão a melhorar e estamos a aproximar-nos dos resultados do ano passado. Esta melhoria não é alheia à vacinação dos jovens dos 12 aos 18 ano que se iniciou em meados de Agosto e completou no último final de semana. Desde que se iniciou a vacinação deste grupo etário, o número de casos de infecção com o vírus SARS-CoV-2, antes estável, tem estado a decrescer de forma contínua e a tendência dever-se-á manter durante mais umas semanas, enquanto o efeito protector das vacinas estiver no máximo. Isto confirma o papel fulcral dos jovens na transmissão do vírus na comunidade.
Mas,
pouco a pouco, o regresso à escola, o relaxamento das medidas de
protecção por parte dos jovens que se sentem agora mais protegidos e sentem que representam menos perigo para os seus familiares, e a
diminuição com o tempo do nível de protecção da vacina contra infecção irá inverter
esta tendência. Os jovens voltarão a desempenhar um papel fulcral na
transmissão do vírus e a situação voltará a agravar-se.
O que os números de mortos de Agosto e Setembro de 2021 mostram é que, mesmo com a nossa elevada taxa de vacinação da população, a vacina por si só não conseguiu que morressem menos pessoas com a variante Delta do que morreram há um ano com a estirpe original do vírus. E, por isso, as perspectivas da pandemia para o próximo Outono/Inverno não merecem o nível de optimismo que se está a transmitir. Não vejo margem para o grande relaxamento de medidas anunciado se se quiser evitar uma repetição da mortandade de Dezembro-Fevereiro passados.
A Covid-19 acabou.
ResponderEliminarEra bom, era.
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