sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Governo e Presidente declaram "Paz para o nosso tempo"

Sete meses passados do pico da 'Grande Guerra' contra a COVID19 que deixou um rasto de morte superior a 20 mil pessoas só em Portugal, e de 10 milhões por todo o mundo, os líderes políticos do país reuniram-se e anunciaram: - "Paz para o nosso tempo!".

Neville Chamberlain, Primeiro-Ministro do Reino Unido, exibe de forma triunfal a Declaração Anglo-Alemã a 30 de setembro de 1938. Foto daqui.

Há 83 anos, a 30 de Setembro de 1938, também Neville Chamberlain regressou triunfal a Londres depois de assinar o Acordo de Munique e anunciava "Paz para o nosso tempo". No Acordo de Munique era dada autorização à Alemanha de Hitler para invadir e ocupar parte da Checoslováquia com a promessa que essa seria a última reinvidicação de Hitler, numa clara tentativa de apaziguamento da ameaça nazi. A Checoslováquia não foi consultada.

A política de apaziguamento era fortemente apoiada pelas classes mais abastadas, pelas grandes empresas, pelos poderes políticos e pelos media como a BBC e o jornal The Times. Os simpatizantes nazis no Reino Unido eram muitos.

Também por cá temos tido uma política de apaziguamento com o vírus SARS-CoV-2. Na 'Grande Declaração do Infarmed' de Setembro de 2021 faz-se a promessa de "Paz para o nosso tempo"; aceita-se ceder a vida dos mais velhos e doentes (viva o Darwinismo Social e a sobrevivência do 'mais forte', as pessoas com co-morbilidades - eufemismo para doentes - merecem claramente ser eliminadas da população) com a promessa que o vírus vai poupar os 'vacinados' - as vacinas são a nossa Linha Maginot - e os 'saudáveis e novos'. Os mais velhos e doentes, para seu bem, serão confinados a isolamento em lares, impedidos de usufruir dos mesmos direitos da restante população, mas libertando desta forma a sociedade (que não os inclui...) do peso de ter que se preocupar com eles.

Pelo menos no Texas são honestos quando dizem aos mais velhos para morrerem pela economia (apesar de a tolerância zero proteger melhor a economia mas isso são pormenores...).

Em 1938, a política de apaziguamento de Chamberlain ainda teve a oposição do Partido Trabalhista e de um tal de Wiston Churchill dos Conservadores. Já hoje, a política de apaziguamento do vírus parece ser praticamente unânime no nosso país e pelo mundo. Apenas a China, Taiwan e Nova Zelândia mantém uma política de tolerância zero. E é ver tanta boa gente a torcer para que a Nova Zelândia falhe na contenção do seu último surto.

A paz durou menos de um ano depois da assinatura do Tratado de Munique; a Alemanha nazi invadiu o resto da Checoslováquia e depois a Polónia. A Segunda Guerra Mundial conseguiria ofuscar a Grande Guerra em mortos.

Por cá, a paz vai durar menos de 3 meses. Gozem-na enquanto podem.

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