Abre para a semana uma feira onde os editores vendem directamente ao  público livros a preços mais baratos do que vendem às livrarias, prática  obviamente ruinosa para as livrarias e que no entanto tem o apoio de  entidades públicas, como municípios, e é organizada por uma associação*  que se diz por aí ser também de livreiros. Isto há coisas.
Eu  ainda sou do tempo em que as editoras editavam e as livrarias vendiam.  Agora algumas editoras andam tão cheias de si que nem os livreiros devem  querer fornecer. Nós por aqui estamos há mais de um mês à espera que a  Leya e a Distribuidora Bertrand se dignem a abrir-nos conta para  podermos comprar livros. A Leya anda ocupada a ocupar a Buchholz e a  Barata e não deve ter tempo para mais ninguém. Simplesmente não nos  responde. Já a Bertrand mostrou-se perdida com a nossa pretensão e pediu  esclarecimentos. Demos esclarecimentos a 31 de Março de 2010. Até hoje  nem mais uma palavra... Será que as editoras distribuídas pela Bertrand -  Tinta-da-China, por exemplo - não se importam com este estado de  coisas?
Felizmente não faltam outras  editoras, portuguesas e estrangeiras, prontas a responder às nossas  estranhas pretensões de querer comprar livros. Mas não há por aí uma  autoridade qualquer da concorrência para analisar as restrições que se  passam no mercado do livro? Pode a Leya, por exemplo, decidir livremente  quem fornece e quando fornece?
Trabalho por aqui não  falta, não vou perder muito tempo para já atrás de quem não quer vender.  Mas os nossos clientes no futuro não irão compreender se, sendo uma  livraria especializada, vierem a faltar livros de referência.
Acho  que vou para a Feira do Livro às compras. Não perco nada.
*A  APEL - Associação Portuguesa de Editores e Livreiros faz tanto sentido  existir como a Associação Portuguesa de Sindicatos e Patrões ou a  Associação Portuguesa de Guardas Prisionais e Reclusos. Os interesses  dos editores e dos livreiros são muito diferentes e frequentemente  opostos, não faz sentido fingir que se pode representar ambos e há  muito, na minha opinião, que a APEL é só a APE. Só uma associação só de  editores pode conceber feiras dos livros nos modelos actuais, onde os  livreiros são absolutamente dizimados. Infelizmente, os L não  conseguiram pôr a LI - Livreiros Independentes a andar para conseguirem  explicar às autoridades que estão a financiar a morte das livrarias  independentes. É pena.
 
 
Li o resumo Clã, a missão da autora Luci oliver, uma bela historia e muita criatividade no (google).
ResponderEliminarMas quando clico em comprar sempre da erro.
Por que?