A minha ambição aqui é analisar a informação que este mapa contém e tentar perceber o que se pode inferir a partir destes dados.
Para tal criei uma tabela que pode ver abaixo. Sempre que a eleição de um mandato é incerta entre duas candidaturas, distribuí meio valor por ambas as candidaturas, aparecendo por isso meios valores na tabela (mas não há, claro, mei@s deputado@s).
Nesta tabela, e usando apenas os dados do barómetro da Eurosondagem para cada círculo eleitoral, calculei o resultado percentual separado para PSD e CDS, visto que no Parlamento terão bancadas separadas e visto ainda os deputados a ser eleitos pelo CDS e PSD pelos Açores e Madeira não fazerem parte da contagem dos deputados da Coligação PaF, um dado não tido muitas vezes em conta quando se estima que a Coligação PaF poderá ter menos votos e mais mandatos que o PS. As percentagens de votos para o PSD e CDS foram estimadas com base no número de deputados que seriam eleitos, de acordo com as listas da coligação PAF e das listas PSD Açores e Madeira.
Nesta tabela, e usando apenas os dados do barómetro da Eurosondagem para cada círculo eleitoral, calculei o resultado percentual separado para PSD e CDS, visto que no Parlamento terão bancadas separadas e visto ainda os deputados a ser eleitos pelo CDS e PSD pelos Açores e Madeira não fazerem parte da contagem dos deputados da Coligação PaF, um dado não tido muitas vezes em conta quando se estima que a Coligação PaF poderá ter menos votos e mais mandatos que o PS. As percentagens de votos para o PSD e CDS foram estimadas com base no número de deputados que seriam eleitos, de acordo com as listas da coligação PAF e das listas PSD Açores e Madeira.
Para a distribuição de deputados por género (M de Mulher e H de Homem e # de total) foram consultadas as listas dos partidos a concurso em 2015. Para as distribuições das Legislativas de 2011 consultei a página da Assembleia da República por bancada parlamentar e por tipo Efectivo de deputado (penso que foram os eleitos inicialmente pelas listas, mas não estou certo) aqui.
Eis a tabela (clique na tabela para aumentar o tamanho):
Os pontos principais que gostava de salientar desta tabela são os seguinte:
1. Sobre a distribuição de deputados por bancadas parlamentares (ver gráfico)
O PS seria, de acordo com ESTE barómetro, sejamos claros, a força com mais deputad@s - 99,5 - enquanto a Coligação PaF consegue 95,5 mandatos, menos 4 que o PS. O PSD-Madeira elege 4 deputad@s e o PSD-Açores elege mais 2, 6 no total para as Regiões Autónomas. Mas estes deputad@s não integram a coligação. Ou seja não é verdade que a Coligação PaF consiga mais mandatos. As bancadas parlamentares do PSD (incluindo Ilhas desta vez) ficaria com 85 deputad@s e a bancada do CDS/PP com 16,5. O total de ambas as bancadas - 101,5 - é superior ao total da bancada do PS mas inferior ao total da bancada do PS coligada com a CDU ou o BE, por exemplo.
Não me parece por isso haver qualquer argumento que não seja a arbitrariedade para, neste cenário, a coligação PaF ou o PSD ser primeiro chamado a formar Governo. Tem sempre resultados inferiores ao PS.
De acordo com este barómetro, e em relação a 2011, o PS ganha 25,5 deputad@s, o PSD perde 23, o CDS/PP perde 7,5, a CDU ganha 5, o BE perde 2, e surgem duas novas forças com 1 deputado cada (neste caso serão mesmo homens), o PDR e o Livre/Tempo de Avançar.
A Esquerda fica com 127,5 deputad@s e a direita com 101,5 (não incluí o deputado do PDR nesta divisão clássica). A maioria de Esquerda no Parlamento pós 4 de Outubro 2015 seria então de 26 deputados.
2. Paridade de Género
Noutras notas, sobre paridade de género, de salientar que haveria uma grande melhoria neste novo parlamento, com mais 17 deputadas eleitas do que em 2011. Mas mesmo assim, em proporção, a composição de mulheres do Parlamento passaria apenas de 27% para 35%. A bancada com menor paridade de género poderá vir a ser a do PSD, com apenas 31% de deputadas, fraca melhoria em relação a 2011. A do PS passaria de 27% para 36%. De salientar a grande melhoria da CDU e CDS/PP que passam de cerca de 20% para o dobro, 40%. Em questões de paridade o BE dá o exemplo, com 50% de mulheres já em 2011, e possivelmente repetirá em 2015.
Em relação aos apelos ao voto útil à esquerda que vêm sido feitos nos últimos dias escreverei outro post.
Fica aqui, então, a minha análise sobre o que me dizem os dados do barómetro Eurosondagem de 23-Set-2015 para o Expresso/SIC. Parece-me inquestionável que a previsão que é neste barómetro feita é de uma vitória a 4 de Outubro de 2015 do PS em número de mandatos quer em referência à Coligação PaF (que não inclui PSD-Madeira nem PSD-Açores) quer em referência à bancada do PSD (que incluirá os 6 deputados das Ilhas mas não inclui os do CDS/PP).
Por último, quer o PS quer o PSD continuam a necessitar de fazer um maior esforço em relação à paridade de género. A CDU e o CDS/PP fizeram um esforço que deve ser aplaudido. Mas os parabéns pertencem ao BE que continua a dar o exemplo.
Por último, quer o PS quer o PSD continuam a necessitar de fazer um maior esforço em relação à paridade de género. A CDU e o CDS/PP fizeram um esforço que deve ser aplaudido. Mas os parabéns pertencem ao BE que continua a dar o exemplo.
Excelente trabalho! Só questiono a validade da sondagem, uma vez que a ficha técnica não esclarece o que fizeram às respostas dos indecisos. Havendo "coligação" à direita, os indecisos devem ser maioritariamente votantes da esquerda... Se fizeram uma distribuição normal dos votos dos indecisos, é provável haver alguma surpresa na noite de 4 de Outubro! A ver vamos...
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