E quando pensávamos que seria difícil bater as temperaturas extremamente altas do primeiro final de semana de Agosto de 2016 somos surpreendidos pelo início de Setembro de 2016 que guardava uma surpresa.
O IPMA publicou uma análise do tempo neste início de Setembro de 2016 aqui.
Como se pode ver no gráfico, o dia 6 de Setembro de 2016 foi o mais quente do ano na média nacional das temperaturas mínimas (19,76ºC), média (29,19ºC) e máxima (38,62ºC).
O IPMA confirma ainda que este tempo é extremamente anormal para Setembro:
Nos dias 5 e 6 de setembro foram ultrapassados os anteriores maiores valores da temperatura máxima para o mês de setembro em 73% das estações (total de 82 estações): 17% no dia 5 e 56% no dia 6. De destacar que em 24% das estações foram ultrapassados no dia 6 os maiores valores de temperatura máxima registados no dia 5.Ou seja, recordes de temperatura máxima batidos em 73% do território, algo absolutamente anormal. Recordes de temperatura mínima também batidos de Vila Real de Santo António no Algarve a Vila Real em Trás-os-Montes.
De referir também os valores muito altos da temperatura mínima, que ultrapassaram os maiores valores anteriormente observados nas estações de Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Lisboa, Évora, Beja e Vila Real de Santo António.
Entretanto, desde que escrevi os últimas mensagens , tomei conhecimento de um novo relatório da IUCN-International Union for the Conservation of Nature que explora o que se passa nos oceanos a nível do aquecimento global. Os oceanos cobrem 70% da superfície do Planeta Terra e até agora absorveram 90% do aquecimento extra gerado por nós, humanos.
Eu não li o relatório, estou a interpretá-lo a partir de um artigo do jornal The Guardian. Segundo este artigo, o relatório explica como as temperaturas do oceano são as mais altas desde que há registos, por larga margem, e se corre o perigo de se iniciar o descongelamento de reservas enormes de gás metano congelado no fundo oceânico. O gás metano é muito mais potente que o dióxido de carbono nas suas capacidades de efeito de estufa.
Ou seja. Estamos ainda nos preliminares do aquecimento global. Dias extremos como os que vivemos repetidamente este Verão serão no futuro próximo ultrapassados por dias muito mais extremos, inimagináveis para nós neste momento. Não me parece que estejamos a ver bem o quadro...
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