Uma imagem estática da previsão do tempo, como nos é mostrada no presente nos canais portugueses de televisão. Via IPMA. |
Num programa do Provedor do Espectador da RTP em que se abordava o fim do boletim metereológico do IPMA no Portugal em Directo, o último boletim meterológico para todo o país transmitido em Portugal, o director de informação da RTP, Paulo Dentinho, respondia às queixas dos telespectadores dizendo que toda a gente podia ver o tempo no telemóvel e que por isso não fazia sentido um bom boletim metereológico na RTP. Eu perguntei-me na altura se não se podia ver as notícias também no telemóvel? Para que servia então a RTP e o seu director de informação?
Paulo Dentinho parece não perceber a diferença entre mostrar um mapa com núvens ou sol com o tempo para 24h, por um lado, e um boletim metereológico dinâmico com explicação de frentes, anticiclones e de como será e porque será de certa forma o tempo nos dias seguintes, do outro lado. Foi um retrocesso de décadas na informação ao público, mas até agora sem sinais de vir a ser revertido.
Felizmente, o sítio na internet do IPMA tem evoluído muito ao longo dos anos e disponibiliza informação para quem tiver interesse. Mas dá trabalho e algumas das funções são desconhecidas do comum dos mortais. Parece-me que seria importante para a cultura científica e organização da vida dos portugueses que as televisões mostrassem um boletim metereológico decente e não as previsões estáticas e muito pouco informativas actuais.
Como exemplo, mostro um vídeo retirado do sítio do IPMA da previsão da precipitação para o Atlântico/Europa dos dia 8 a dia 10 de Fevereiro de 2017. Estes vídeos dinâmicos mostram as probabilidades de precipitação acumulada em intervalos de tempo ao longo do dia. Em vez de "vai chover amanhã" é possível ver a que horas choverá mais ou menos. E esta é apenas uma das possibilidades.
Pode-se escolher outras aŕeas geográficas ou variáveis. De seguida coloco uma animação só para a Península Ibérica, por exemplo, quer da precipitação, quer da temperatura. Querem comparar isso com um mapa estático como o que se apresenta na abertura deste texto?
Mas para já, prefere-se mostrar ao minuto as alterações nas bolsas de valores de vários países, factos sem qualquer significado real na vida das pessoas, em vez da mais antiga informação procurada pela humanidade, a previsão do tempo.
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