terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A difícil escolha do mobiliário

Uma das minhas primeiras preocupações depois de arrendado o espaço na Rua do Monte Olivete foi a escolha do mobiliário. O chão da loja é lindíssimo, em mármore verde com veios ocre, a rodear duas colunas de ferro em tons de ferrugem. Considerando o tipo de loja e o espaço em si resolvi, em Novembro de 2009, contactar a empresa Folio, uma empresa que desenha móveis por medida com enorme talento e qualidade.

A Folio desenhou, a meu pedido, vários módulos de estantes. Após comparar várias amostras de madeira, optei por mobiliário folheado a cerejeira; o folheado de cerejeira tem a cor do mel ou do âmbar, conjugando bem com as cores do chão e colunas. Era a escolha certa: uma madeira explorada sustentavelmente (nada de madeiras tropicais de origens dúbias); um mobiliário de grande qualidade a favorecer os produtos da loja.

Uma amostra de mobiliário folheado a cerejeira no chão da loja.

Só que - tinha que haver um só que - o preço acabou por me fazer reconsiderar a minha escolha. Foi muito difícil esta decisão...

Ao consultar o Plano de Negócios, acabado entretanto, e sabendo das minhas limitações em termos de recursos disponíveis para este empreendimento, constatei que a loja não conseguia absorver o custo do mobiliário que tinha escolhido e manter-se competitiva. O preço do mobiliário a adquirir tinha que espelhar esta realidade...

Os números acabaram por falar mais alto. Foi-me difícil ter de transmitir esta decisão à Folio, que tinha sido incansável em trabalhar comigo para satisfazer as minhas necessidades. Perdi nesta decisão alguma inocência: tive que olhar para os números e passar ao lado de outros considerandos. Tive que manter a vista no objectivo maior: abrir a loja com uma boa colecção de produtos e torná-la rentável.

Voltei, então, ao início. E quais eram agora as alternativas? Apesar de existirem empresas de mobiliário de loja, livrarias e outras, optei por analisar a oferta do IKEA, pela flexibilidade e liberdade - e design sóbrio - que trabalhar com os seus produtos permite. E, sim, pelo preço, mais elevado do que possa parecer num relance, mas, mesmo assim, aceitável para os meus meios.

Dentro das linhas de estantes do IKEA, escolhi a linha BESTÅ (que, pelo que me dizem, se lê bestó, ou parecido, devido à sonoridade do angstrong escandinavo no final da palavra - aquele A com um O em cima), por as prateleiras vergarem menos que as da linha Billy e por ter uma enorme variedade de módulos, tipos de iluminação, adereços, etc.

Tomada esta decisão, comprei um exemplar dos vários tamanhos das estantes na cor preto-castanho, para ver in situ o resultado.

As estantes BESTÅ, com várias alturas, montadas num dos cantos da loja. A amostra de cerejeira está incluída para comparação.

E decidi que o resultado era satisfatório, que a opção feita tem vantagens financeiras no curto prazo - apesar de ser de qualidade muito inferior ao mobiliário a fornecer pela Folio - e flexibilidade para se adaptar às necessidades da loja.

Neste ensaio, trouxe ainda livros meus para colocar nas estantes, para ter uma ideia do resultado final e perceber se o escuro, pesado, das estantes é aliviado quando as mesmas estão cheias de livros ou outros produtos. E gostei do resultado.

Estes são alguns dos livros que quero vender na loja.

Com esta decisão - sofrida - libertei meios para investir nos produtos a disponibilizar na loja.

1 comentário:

  1. o mobiliário escuro faz com que os materiais se destaquem ;)

    Bom trabalho!

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